quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Plano Nacional estimula a qualificação da rede de saúde.

Na última segunda feira, dia 20, o Governo Federal, através do Plano Nacional de Enfrentamento ao Crack e outras drogas, anunciou a abertura de editais onde os municípios poderão buscar recursos para a implantação de novos leitos, ampliação de serviços e qualificação da rede de atenção à saúde.

Por isso, o Expresso CUFA desta quarta-feira, dia 22, fez um bate papo com a assistente social do Centro de Atenção Psicosocial - Caps de Cachoeira do Sul, Itaíra Teixeira, que falou sobre a importância de se qualificar as pessoas que atuam diretamente no manejo de usuários de drogas.

“O benefício direto certamente será para a população atendida, na medida em que tem pessoas capacitadas, com orientação de como estar intervindo junto a essa população com as necessidades que são muito específicas, obviamente a gente só tem a ganhar”.

Itaíra acrescenta que vê com bons olhos esse plano pois vem com a proposta de trabalhar de forma intersetorial, com o envolvimento das áreas da educação e assistencial social, segurança além da saúde pois, os problemas que dizem ser causados pelo uso do crack não está relacionado somente ao uso mas sim a uma “questão maior que é o que está no entorno, o que mobiliza, o que movimenta essa rede toda e que não é só a questão do crack”.

Outro ponto abordado na conversa foi a prevenção. Quando se fala nas questões do entorno, do contexto onde os usuários estão vivendo, podemos perceber que muitas outras pessoas estão vulneráveis a também se tornar usuários de algum tipo de droga. São famílias que sobrevivem sem o mínimo de saneamento e sem acesso aos principais serviços básicos a que tem direito como educação e saúde de qualidade.

“Geralmente se trabalha em cima do efeito e a causa fica camuflada. Muitas vezes não há um interesse que essa causa seja percebida por que ela vai dar um susto muito grande nas pessoas”, comenta a assistente social.

Em relação às famílias, Itaíra fala da importância de se perceber os sinais que podem indicar algum tipo de uso pois, normalmente só se busca um serviço de saúde quando o caso já está crônico:

“Quando as pessoas começam a se sentir incomodadas e vem todas as questões ligadas a delitos, daí o uso aparece como um grande problema, quando na verdade o problema já existia lá atrás quando ele tava faltando a escola, dormindo mais do que devia, já não tava comendo direito, tava mais agressivo em casa, mentindo, enfim mas, perece que tem que acontecer uma coisa maior. Existe uma demonização do problema mas que poderia ter sido atacado lá atrás, isso ta ligado à prevenção”, complementa Itaíra Texeira.


A CUFA Cachoeira do Sul, vem participando de diversas discussões sobre a rede de atenção à saúde mental, contribuindo e aprendendo no fórum intersetorial que reuni ideias, estratégias e direcionamento para propostas de políticas públicas. A reunião, que acontece toda 2ª segunda-feira de cada mês, partiu de uma iniciativa do Caps e está ganhando corpo com a participação de diversos setores públicos, privados e da sociedade civil.


Até o próximo Expresso CUFA.
CUFA Cachoeira do Sul

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Alfabetização para a Independência

Hoje, dia 08 de setembro é o dia da alfabetização. O alfabetizador é ele quem orienta todo o processo pelo qual as pessoas aprendem a ler e a escrever. Numa visão mais ampla, alfabetização é muito mais do que reconhecer as letras e saber decifrar palavras.

Um indivíduo alfabetizado cria hipóteses, estabelece relações e constrói conceitos de como a língua escrita funciona e qual sua função social. Dessa forma, produz e reflete sobre suas ações. Com isso, esse indivíduo tem uma visão mais crítica do mundo a sua volta e tem condições de buscar mais conhecimento, exercendo sua cidadania, sendo um ser livre e “independente”.

Na definição do termo independência, encontramos que significa a desassociação de um ser em relação a outro, do qual dependia ou era por ele dominado. É o estado de quem ou do que tem liberdade ou autonomia.

Para a CUFA, ser independente é ser protagonista de sua própria história, buscando oportunidades de melhor desenvolvimento social e financeiro.

Mas, e a independência nos dias de hoje? Como uma pessoa pode ser realmente independente? Pensando nisso, fomos às ruas conversar com algumas pessoas, durante as comemorações do dia 7 de setembro, dia que marca a independência do brasil.

E para você? O que é ser independente?

Maria Helena – professora de alfabetização
“A alfabetização é o primeiro passo para o cidadão tornar-se livre. É o momento onde ele vai ter contato com a escrita e com a leitura, tendo compreensão da realidade, do mundo e da sociedade, de tudo o que nos rodeia. Dessa forma, o indivíduo se torna livre e totalmente independente”.



Vitor Samuel - agricultor
“Independência pra mim é não ter patrão e trabalhar livre. Tu quer ser independente mais tu é o mais dependente de todos por que para vender tu precisa do fregues, tu vai plantar precisa de financiamento, é dependente do Banco. Tu é dependente, esse é o problema!”


Adriano de Moraes - pintor
“Independência é umas das melhores coisa que tem, que tu pode ser. Fazer tuas coisas, sem precisar da ajuda de ninguém. Ter orgulho do que tu ta fazendo, ir em busca do que tu quer e pronto!”

Carmem Siqueira – professora
“Independência de um povo, de um país é o ser humano criar autonomia para suas ações. Independência do aluno é aprender a ler a escrever, a se tornar humano, consciente do país em que vivemos. Para a educação, é tornar o aluno livre, independente e posicionar-se no mundo em que ele vive.
Ainda falta muito no aspecto político e social para que nós nos tornemos independentes. Não temos habitação, não temos uma educação adequada. Então ainda falta para o Brasil ser independente realmente.”

Expresso CUFA

CUFA Cachoeira do Sul