quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Expresso CUFA em porto Alegre

Nesta quarta-feira, dia 01, o Expresso CUFA apresentou a conversa que tivemos com Alceu Terra Nascimento, Gerente Executivo da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho, sobre a nova postura das organizações e seus projetos sociais, frente ao novo modelo de investimento social que vem exigindo mais profissionalização e comprometimento com a transformação social.
Para entender um pouco mais sobre essa nova postura, conversamos com o Alceu em Porto Alegre, durante uma oficina, ministrada por ele e por Jéferson Weber, também da FMSS, sobre planejamento e elaboração de projetos, para a equipe da CUFA no Morro Santa Tereza.

Equipe de Projetos se capacitando no Morro


O papel dos projetos sociais.

Atualmente vivemos em um contexto onde as ações e os projetos sociais estão sendo vistos com mais sensibilidade por todos os setores da sociedade. As empresas, os Governos e até mesmo a sociedade em geral, estão investindo e se colocando não mais como meros financiadores mas, sim, como agentes de transformação social.
Porém, nesse novo modelo de investimento, algumas questões administrativas, nas organizações, devem ser reavaliadas e os projetos devem atender não mais a objetivos superficiais como “tirar as crianças da rua”, ou “oferecer atividades esportivas no contra turno escolar”.
Para atender às novas expectativas tanto dos investidores como do público beneficiado, os projetos tem que ter foco na formação de um ser cidadão e na sua educação, formal e não formal.
Sobre isso Alceu comenta que “sempre se pensou em buscar recursos a partir do mérito das ações, da boa ação que está se fazendo, e não a partir daquilo que ela gera de resultado concreto em termos de transformação social naquela ação, naquele problema que o projeto está tentando atingir”.


Alceu Terra Nascimento, FMSS

Ele continua dizendo que “hoje as organizações, as fundações, os próprios conselhos eles estão demandando que esses projetos possam estar realmente dizendo como é que eles vão transformar e que impacto vão gerar. Então, para as organizações sociais hoje o grande desafio é exatamente conseguir demonstrar o quanto que a sua ação ta realmente transformando aquela realidade”.

Em relação ao trabalho com a criança e o adolescente, Alceu aponta os principais desafios na atuação dos projetos sociais. “Os projetos sociais que atuam hoje nessa área, de alguma maneira eles tem que estar relacionados a provocar mudanças do ponto de vista dos direitos, da proteção dos direitos e sobretudo na questão do desenvolvimento da educação que possa dar possibilidade pra essa criança e esse adolescente se desenvolver e poder participar da sociedade de forma mais autônoma”.

Sendo uma das pessoas que avalia propostas e ajuda na captação de recursos, Alceu aponta práticas de como identificar bons projetos. “Uma das práticas que está sendo utilizada para identificar bons projetos é a questão dos editais públicos. Tanto empresas, como fundos estão gerando editais, concursos e projetos onde claramente está descrito ali os critérios que vão ser avaliados e a partir daí nós identificamos as boas ideias, aquelas organizações que tem capacidade de executá-las, após isso há todo um processo de acompanhamento de monitoramento dos projetos com base nos indicadores e resultados que a organização é obrigada a demonstrar”.

E conclui, “se a organização está pronta pra isso, se está profissionalizada, equipada pra isso, é uma organização que provavelmente vai sobreviver nesse novo contexto do Terceiro Setor”.

A CUFA Cachoeira do Sul agradece a participação de Alceu Terra Nascimento.

Até o próximo Expresso CUFA!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Moção de Cumprimentos pelo Dia da Favela

A CUFA Cachoeira do Sul recebeu da Câmara de Vereadores da cidade Moção e Cumprimentos pelo Dia da Favela. A iniciativa partiu da Vereadora Mariana Carlos e aceita por todos os outros Vereadores.
A CUFA agradece e entende como importante esse reconhecimento não pela entidade mas, pelos moradores desses espaços para quem fazemos todas as nossas ações e projetos.



CUFA Cachoeira do Sul

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dia da Favela, por uma nova realidade.

Dia 04 de novembro foi celebrado o Dia da Favela e o Expresso CUFA abordou esse tema.

A iniciativa de instituir a data surgiu em 2005, a partir de uma mobilização da CUFA no Rio de Janeiro que teve adesão de vários outros Estados. Hoje, quatro cidades brasileiras já tem o Dia da Favela dentro de seu calendário oficial e outras, como Montenegro/RS estão com a proposta em tramitação na Câmara de Vereadores.

Este ano, o Dia da Favela teve uma repercussão ainda maior e vem sendo tema de debates e reflexões sobre o modelo de sociedade atual. Em meio ainda a discussões políticas e eleitorais, o momento não poderia ser melhor para deixar de lado antigos paradigmas e construir estratégias para um novo modelo de sociedade sem exclusões e preconceitos mas, com igualdade de oportunidades e garantias de acesso aos direitos básicos a qualquer cidadão.

A CUFA, que também celebrou neste dia dez anos de trabalho junto às favelas brasileiras, vem estimulando e fomentando essas reflexões e, principalmente, ações para que possamos transformar essas realidades trazendo, para todos os espaços de discussões, a voz e as opiniões das favelas que, historicamente, não participam das decisões apenas se submetendo aos olhares de uma elite que demonstra em seus discursos não conhecer de fato essas realidades.

Comentários do tipo “na favela só tem tráfico de drogas e violência”; “as favelas são a vergonha do Brasil”; “temos que acabar com as favelas e transformá-las em bairros”; entre outros, não trazem soluções para os principais problemas sociais que imperam entre as pessoas que moram em favelas como falta de emprego, educação de qualidade, atendimento à saúde e, principalmente, falta de uma moradia digna que elas possam “pagar”.

Temos que lembrar que, ao contrário de uma minoria das famílias brasileiras, as pessoas que hoje vivem nessas condições são herdeiras de uma enorme dívida social. São gerações e gerações sem oportunidades, sendo excluídas e esquecidas nesses bolsões de pobreza.

A sociedade é a principal responsável pelo país que temos hoje e só vai mudar se ela mesma se mobilizar e agir. Não com preconceitos ou moralismos mas com racionalidade e estratégias viáveis, por que, transformar uma favela em bairro é muito mais difícil e caro para o Estado do que começar-mos a nos unir e permitir que as pessoas tenham acesso aos seus direitos e conseguir, através de seus esforços, transformar suas vidas e escolher o lugar de sua moradia.

Náthaly Weber
Coordenadora CUFA Cachoeira do Sul